No quadro da implementação da estratégia Angola 2025, subscrita no programa do Governo para o período 2018/2022, o Ministro da Energia e Águas, Engenheiro João Baptista Borges, deslocou-se no início desta manhã, 11 de Março de 2021 à província de Benguela, para a adjudicação de duas importantes obras do Sector Eléctrico inseridas no Programa de Investimentos Públicos, que servirão para a redução do défice de acesso à energia eléctrica da rede pública em alguns centros populacionais de grande relevância económica e social da província, designadamente, no centro piscatório da Baia Farta e da zona agro-industrial do Biópio.
O acto foi acompanhado pela Vice-Governadora da Província, Dra. Deolinda Tchocondoca Valiangula, pelo Secretário de Estado para as Águas, Lucrécio Alexandre da Costa, embaixadores acreditados em Angola, nomeadamente do Reino da Suécia, de Portugal, Ministro Conselheiro da Embaixada dos Estados Unidos em Angola, directores nacionais e outros responsáveis, bem como dos representantes das empresas empreiteiras que constituem o consórcio: MCA-Angola, MCA- grupo e a SUN AFRICA,LLC, e a Dar Angola, como fiscalizadora.
O governante iniciou a sua agenda na comuna do Biopio, Município da Catumbela, procedendo ao lançamento da primeira pedra de construção de uma Central Solar Fotovoltaica para a produção de energia eléctrica, com potência total 144.9MWac, potência nominal, número total de módulos: 509,040; tensão de ligação interna, 33kV, tensão de ligação à rede, 220 kV, num valor contratual de 256.122.016,00.
A interligação com o posto de seccionamento de Biopio 220 kV prevê a instalação de uma linha de transmissão 220kV da Central com a subestação do Biópio num total de 1200 metros, uma subestação 33/220kV para levar a tensão para o nível de 220kV necessária para ligação com a rede interligada nacional.
O projecto, no geral, de grande impacto ambiental, social e económico para região, contempla a construção de sete centrais solares fotovoltaicas com 1 milhão de painéis solares e capacidade para geração de 370 megawatts de energia (MWp) “limpa”, já que evitará a emissão de mais de 900.000 toneladas de CO2 por ano. Outras vantagens agregadoras ao crescimento económico foram identificadas, como é o caso do suporte à sustentação de mais de 3.500 negócios, criação de mais empregos directos e, concomitantemente, a melhoria e o bem-estar humano e a contribuição para o desenvolvimento ambiental sustentável.
Já no município da Baía Farta, consignou-se e foi também lançada a primeira pedra de outra Central Solar Fotovoltaica de produção de energia eléctrica, com as seguintes características: Central Solar Fotovoltaica para a produção de energia eléctrica, com potência total de 75.9MWac, 261,360 módulos e 60kVde ligação à rede. Este projecto tem um custo avaliado em 130.696.565,00 euros.
A interligação à rede eléctrica ocorrerá por intermédio da subestação de Benguela, que contará com a instalação de uma linha de transmissão aérea de 60kV conectada à nova subestação da Baía Farta (ENDE) e à subestação de Benguela Sul. Essa empreitada contempla ainda a instalação de postes de betão.
Está igualmente concebida a construção de uma subestação 33/60kV para levar a tensão para o nível de 60kV, necessária para a ligação com a rede interligada nacional.
Os dois projectos em referência e que serão executados num período de 19 meses, têm como dono da obra o Ministério da Energia e Águas, representado pela PRODEL e como empreiteiro da obra um consórcio constituído pela SUN África LCC e M. Couto Alves, S.A.
Estes actos lançados, marcam definitivamente, uma aposta na exploração de um recurso a que temos acesso de forma abundante, que é o sol e sem custos. Angola tem um elevado potencial de recurso solar, com uma radiação global em plano horizontal anual média compreendida entre 1370 e 2100 Kwh/m2/ano. Com este recurso, o Atlas e Estratégia Nacional para as Energias renováveis de Angola previu a possibilidade de instalação de uma capacidade de produção de parques solares estimados em 55.000 MW, ou seja, dez vezes mais que toda a capacidade de produção actualmente instalada no país, usando todas as fontes.
Este projecto, na sua generalidade, constitui um grande ganho para o Sector e impactará no desenvolvimento económico, social e ambiental de pelo menos seis regiões do país, designadamente Benguela (Baía farta e Biópio), Huambo (Bailundo), Bié (Cuito), Moxico (Luena), Lunda Norte (Lucapa) e Lunda Sul (Saurimo).
No decorrer da sua estadia em Benguela, o Ministro da Energia e Águas visitou a Estação de Tratamento de Água do Luongo, situada no Município da Catumbela, tendo avaliado e constatado o estado técnico da infra-estrutura que carece de uma urgente intervenção no concernente à substituição e reparação dos equipamentos existentes tendo em conta o seu estado de acentuado desgaste. De seguida visitou também as instalações do Centro de Distribuição do Lobito.
Durante a visita ao CDL o Ministro ouviu do PCA da EASL-EP, Henrique Calengue, tendo o mesmos informado sobre o funcionamento dos sistemas, as razões que condicionam o déficit na distribuição, bem como a identificação de soluções para melhoria do abastecimento, sobretudo à Zona alta do Lobito.
Foram também apresentadas preocupações relacionadas com o consumo de químicos para tratamento da água.
Algumas recomendações:
No final do encontro, o Ministro deixou várias orientações, nomeadamente no sentido de se proceder à reverificação dos levantamentos das necessidades prioritárias, por forma a serem apresentadas e validadas na reunião a ser realizada pela DNA com as empresas EAS do Lobito e de Benguela e a DAR, na próxima segunda feira.
Referiu também a necessidade de interacção com os fabricantes das marcas de equipamentos para se encontrar soluções mais duradouras.
MINISTÉRIO DA ENERGIA E ÁGUAS, em Benguela, 11 de Março de 2021.